Grupo intercepta agentes da Força Nacional de Segurança e solta homens flagrados com armas em área de conflitos indígenas na BA

  • 04/07/2025
(Foto: Reprodução)
Policiamento foi reforçado na região de Barra Velha, no extremo sul do estado, para fazer a retirada dos agentes da área onde aconteceu a abordagem. Armas encontradas com suspeitos continuaram apreendidas. Indígenas bloqueiam a BR-101, em trecho no extremo sul da Bahia, após prisão de cacique Um grupo de pessoas interceptou agentes da Força Nacional de Segurança Pública e soltou cinco homens que estavam presos, na manhã desta sexta-feira (4), no território indígena de Barra Velha, zona de tensão agrária localizada em Porto Seguro, cidade no extremo sul da Bahia. Segundo a corporação, os suspeitos, que tinham sido flagrados com armas e munições durante um patrulhamento, eram conduzidos para uma unidade prisional, quando as viaturas foram paradas na estrada, por aproximadamente dez carros. A Força Nacional diz que os indivíduos exigiram a liberação imediata dos presos, ameaçando os agentes com "grave violência" caso não obedecessem à ordem. Ainda conforme a corporação, diante da ameaça e da desvantagem numérica, os policiais "foram obrigados" a entregar os presos ao grupo, mantendo sob custódia o armamento apreendido: duas pistolas calibre 9mm; um revólver calibre .38. Após a abordagem, o policiamento foi reforçado na região. Viaturas da Força Nacional e da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) que atuavam em Porto Seguro foram deslocadas para a área do conflito, para o resgate dos policiais até a Delegacia da Polícia Federal (PF) em Porto Seguro. As armas e munições foram apresentada e apreendidas na unidade policial e os fatos comunicados formalmente ao delegado. Segundo a corporação, as investigações serão conduzidas pela PF. Grupo intercepta agentes da Força Nacional de Segurança e solta homens flagrados com armas em área de conflitos indígenas na BA Reprodução/TV Bahia Protesto por soltura de cacique Ainda nesta sexta-feira, indígenas protestaram para reivindicar a soltura de Welington Ribeiro de Oliveira, o cacique Suruí Pataxó, preso na quarta-feira (2) em outra ação da Força Nacional de Segurança. Na ocasião, ele e outros três suspeitos foram flagrados com armas na mesma comunidade. O grupo fechou os dois sentidos de um trecho da BR-101, na entrada do Parque Nacional Monte Pascoal, durante 6h. Os manifestantes cobraram também a remarcação de terras. Em nota, o Conselho de Caciques do Território Indígena Barra Velha de Monte Pascoal manifestou indignação e repúdio à ação que terminou com a prisão do cacique. Segundo a entidade, a abordagem foi conduzida sem mandado de prisão, com motivação "claramente politica e persecutória", revelando objetivo de incriminar o cacique por ele ser uma "liderança ativa na luta pelos direitos dos povos indígenas". "Isso evidencia a gravidade da criminalização do movimento indígena e da luta por direitos assegurados pela Constituição Federal de 1988 e por tratados internacionais, como a Convenção 169 da OIT", destacou o comunicado. Grupo é detido com armas e munições em área de conflitos indígenas na Bahia Divulgação A nota denunciou também que os outros três presos são adolescentes e que eles e a liderança pataxó foram torturados física e psicologicamente durante deslocamento. "Durante o trajeto, os policiais pararam o veiculo diversas vezes na estrada, obrigando os detidos a descer, correr e se submeter a insultos e humilhações. O Cacique foi chamado de 'falso cacique', teve sua identidade questionada e ouviu dos agentes que 'o cano da arma deles estava quente'", afirma a nota. A organização diz que foram feitas cinco paradas durante o percurso, todas "marcadas por agressões verbais e ameaças", configurando "grave violação dos direitos humanos e desrespeito total à dignidade das lideranças indígenas e de seus jovens". "O Cacique Suruí está sendo punido por cumprir seu dever ancestral e constitucional de defender seu povo, seu território e seus direitos. Ele é simbolo de resistência e dignidade, e sua prisão atenta contra todos os povos originários do Brasil", afirma. Flagrante de quarta-feira Operação apreende armas e munições no extremo sul da Bahia Segundo a Polícia Federal (PF), o grupo preso na quarta-feira foi encontrado durante um patrulhamento feito por agentes da corporação em conjunto com integrantes da Força Nacional, que têm reforçado o policiamento na área desde abril, por causa dos conflitos por terras entre indígenas e fazendeiros. Entre os flagranteados, estavam dois adolescentes e dois adultos. Com eles, conforme detalhou a PF, foram encontradas: 1 pistola 9mm com numeração raspada; 1 pistola calibre .380, também com numeração raspada; 198 munições calibre 9mm; 135 munições calibre .380; 23 munições calibre .44; 27 munições calibre 5.56 deflagradas; 1 munição calibre 12; 1 munição calibre .22; 1 munição calibre .32; 2 carregadores alongados calibre 9mm com capacidade para 31 disparos cada; 4 carregadores calibre .380; 1 coldre de pistola 9mm na cor bege; 1 balaclava camuflada. O material e os suspeitos foram encaminhados para a Delegacia da Polícia Federal de Porto Seguro, onde o caso foi registrado e os envolvidos autuados. 📲 Clique aqui e siga o perfil do g1 Bahia no Instagram A PF será responsável por conduzir as investigações que apurarão a origem do armamento, possíveis conexões criminosas e demais circunstâncias relacionadas à ocorrência. Reforço policial Força Nacional chega ao extremo sul da Bahia Os agentes da Força Nacional de Segurança Pública enviados pelo Governo Federal chegaram a Porto Seguro no dia 28 de abril. Segundo o Ministério da Justiça, o grupo permanecerá no município por 90 dias. O anúncio da chegada dos agentes foi feito no dia 17 do mesmo mês, dois dias antes da data em que foi celebrado o Dia dos Povos Indígenas. ⚠️ A Força Nacional de Segurança Pública é um programa de cooperação de Segurança Pública brasileiro, coordenado pelo Ministério de Justiça e Segurança Pública. Ela é composta por policiais militares, bombeiros, policiais civis e peritos, e é acionada em situações de emergência. No dia 4 de abril, João Celestino Lima Filho, de 50 anos foi morto durante um conflito fundiário em uma fazenda na cidade de Prado, no extremo sul da Bahia. Segundo a polícia, 20 indígenas da Aldeia Reserva dos Quatis, pertencentes ao território Comexatibá, entraram na fazenda com o objetivo de retomar a área. No mesmo período, um grupo de ocupou entrada do Parque Nacional do Descobrimento, também localizado na cidade de Prado. O grupo, que se identificou como juventude do Território Indígena Pataxó de Comexatibá, ficou cerca de 20 dias no local. O objetivo era para pedir a homologação da terra indígena Comexatibá, que é alvo de disputa judicial há alguns anos. Fazenda onde indígena foi morto na Bahia Arquivo Pessoal Na nota enviada à imprensa na época da chegada do reforço policial no estado, o Governo Federal informou que a decisão de envio do grupo foi embasada na sugestão do Ministério da Justiça e Segurança Pública — corroborada pelo Ministério dos Povos Indígenas e pelo Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA). Ainda segundo o Governo, a Força Nacional atua especificamente em áreas de interesse e serviços da União, em regime de cooperação com as autoridades locais. A gestão federal ainda informou que vai manter as ações regulares de policiamento na região do extremo sul e seguirá atuando com a Polícia Federal para manter a ordem pública. Povos indígenas na Bahia: com mais de 10 etnias registradas, estado tem segunda maior população recenseada do Brasil 'Terras em Guerra': assista aos cinco episódios da série sobre os conflitos entre indígenas e produtores rurais da Bahia Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻

FONTE: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2025/07/04/grupo-intercepta-agentes-da-forca-nacional-de-seguranca-na-ba.ghtml


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